sexta-feira, 1 de julho de 2016

Características e estruturas do relevo brasileiro



O relevo brasileiro remonta ao período pré-cambriano (4 bilhões de anos atrás).  Antigas formações geológicas.
Possui um terreno litológico antigo, relevo intensamente desgastado e esculpido por processos erosivos e intemperismo.

Tipos de relevos:

Crátons ou escudos cristalinos
·         Cobrem 36%do território brasileiro.
·         Rochas muito antigas.
·         Metamórficas, magmáticas intrusivas e sedimentares.
·         Período pré-cambriano e era Paleozóica há 4 e 3 bilhões de anos atrás.
·         Predomínio de gnaisses e granitos.

Dobramentos antigos

·         Correspondem ao período pré-cambriano (4 bilhões de anos atrás).
·         Três cinturões orogênicos (Montanhas desgastadas)
·      Atlântica, Brasília e Paraguai-araguaia.
·      Intensamente desgastados.
·      Ainda guardam características montanhosas.
·         Metamórficos e intrusivos.
·      Diversas fases de dobramentos.
·         Longo processo erosivo.

Bacias sedimentares

As bacias sedimentares ocupam boa parte do território brasileiro. São espessas camadas de sedimentos oriundos do desgaste das rochas, dos organismos vegetais ou animais.
Também se originaram de camadas de lavas vulcânicas que se solidificaram entre as eras Paleozóica e Cenozoica entre 326 milhões e 70 milhões de anos.



quarta-feira, 22 de junho de 2016

A DICOTOMIA ENTRE O ESPAÇO RURAL E URBANO


O espaço rural e urbano engloba dois universos no espaço geográfico se inter-relacionando na divisão territorial e do trabalho. O espaço urbano é o espaço de alta densidade populacional, seja, povoado ou populoso. O espaço rural é a representação das atividades primarias e produção de matérias-primas em áreas pouco povoadas ou populosas.

Uma das principais diferenças entre urbano e rural está, assim, nas praticas socioeconômicas. O espaço rural, como já dissemos, engloba predominantemente atividades vinculadas ao setor primário [...] o espaço urbano costuma reunir atividades vinculadas ao setor secundário [...] e terciário [...]. (www.brasilescola.uol.com.br. Acessado em 02/06/16).


No plano cartográfico o espaço rural é maior, possui as áreas cultivadas e transformadas. O espaço urbano é menor, disputado e especulado, possui maior potencial e dinâmica da economia, tanto nos espaços urbanos desenvolvidos quanto nos espaços urbanos em desenvolvimento. Chama-se urbanização o processo no qual a população urbana passa a crescer de maneira mais acelerada que a população rural. Ocorre à transferência em grande escala da população do campo para as cidades, assim, ocorrem às migrações rural-urbanas, ou, como são conhecida nos países em desenvolvimento, êxodo rural.

“O processo de urbanização brasileiro apoiou-se essencialmente no êxodo rural, associado a dois condicionantes que se interligam: a repulsão da força de trabalho do campo e a atração dessa força de trabalho para as cidades.” (Conexões: estudos de geografia geral e do Brasil. P. 113.). O processo de urbanização de um país ou de uma região não consiste somente no crescimento das cidades, mas também à medida que a porcentagem de sua população urbana aumenta em relação a sua população total. Até a década de 1990 a maior parte da população mundial ainda vivia no campo. Na década de 2010 essa proporção se inverteu, assim, a maioria da população mundial passou a viver nas cidades urbanas.

[...] os migrantes dirigem-se há décadas em busca de empregos e salários na construção civil, no comercio ou nos serviços. O mercado urbano diversificado permite o aparecimento do trabalho informal, sem vinculo empregatício. [...] as cidades dispõem de serviços públicos de assistência social e hospitalar [...]. (Conexões: estudos de geografia geral e do Brasil. P. 113).


Partindo de aspectos históricos os países mais urbanizados são aqueles que se encontram nas regiões mais desenvolvidas e industrializadas. O processo de urbanização nesses países ocorre há mais tempo que nos países em desenvolvimento, desde o século XVIII. À medida que esses países se industrializaram as cidades ganharam novos postos de trabalho na indústria, comercio e serviços. A revolução industrial fomentou e estimulou a revolução agrícola, com a modernização das técnicas e ferramentas no campo ocorreu o êxodo rural.

Ainda no século XIX as grandes cidades industriais europeias tinham como características péssimos bairros e baixa infraestrutura como: condições insalubres, doenças e epidemias, a falta de saneamento básico, falta de água encanada e seus esgotos a céu aberto e a falta de coleta de lixo. As precárias condições de vida nesses centros urbanos levaram as populações a exigirem melhorias nas cidades como: melhores salários, áreas de lazer, água tratada, rede de esgotos, educação, saúde e segurança.
Com o tempo surgiu à descentralização urbana, ou seja, o crescimento das cidades vizinhas surge assim à rede urbana com indústria, comercio e serviços diversificados. “O espaço geográfico abrange as redes formadas por complexos sistemas de fluxos de pessoas, bens, serviços, capitais, tecnologia e informações que caracterizam a sociedade contemporânea. (Conexões: estudos de geografia geral e do Brasil. P. 114)”.

A ligação entre o espaço rural e urbano resultou ao longo da história a transferência das populações do meio rural para o meio urbano. O crescimento dos centros urbanos está principalmente ligado aos locais onde a indústria alcançou um nível sofisticado de desenvolvimento. O desenvolvimento industrial promoveu gigantescas aglomerações urbanas hoje denominadas metrópoles. O crescimento exagerado do numero de metrópoles e seus espaços físicos provocaram inúmeros problemas para as suas sociedades ou populações, esse fenômeno gerou especulação imobiliária devido à escassez de espaço nas cidades, alta carga tributaria, transporte publico incapaz de atender as necessidades de suas populações, pouca ou insuficiente infraestrutura, congestionamentos, alto custo de mão de obra assalariada, sindicatos organizados e numerosos, poluição atmosférica e hídrica.

No ano de 2011, segundo dados da Organização das Nações Unidas a população mundial ultrapassou a marca de sete bilhões de habitantes. (UNITED Nations Population Division. World Population Prospects 2010. Disponível em: http://esa.un.org/upp. Acesso em: 07/03/2013). 


Tais fatores acarretaram no distanciamento e até a transferência das grandes indústrias das metrópoles nas ultimas décadas. Essa mudança provocou a reorganização espacial das indústrias caracterizando a desconcentração física dos parques industriais nos grandes centros urbanos. Essas indústrias deslocadas para as áreas periféricas como as cidades médias conseguiram deslocar o capital e as ofertas de postos de trabalho.
Fatores como incentivos fiscais e sindicatos menos organizados e numerosos motivaram essa desconcentração da atividade industrial. Os governos estaduais e municipais se utilizam de vantagens a essas indústrias como redução ou isenção tributaria, doação de terrenos, oferta de infraestrutura básica como asfalto, rodovias, ferrovias, potencial energético satisfatório, saneamento básico e menores salários.

No Brasil [...] a indústria ainda está bem concentrada no sudeste do país e no estado de São Paulo. Essa região responde por cerca de 79% do volume total de industrias do país e 62% do volume de produção, além de ocupar 53% do total de pessoas da industria e responder por 68% das exportações e 69% das importações do país. (Conexões: estudos de geografia geral e do Brasil.P. 134).


No campo a modernização das técnicas agrárias reduziu a mão de obra rural provocando mudanças na relação de trabalho. Com o advento da revolução agrícola, técnicas e máquinas, os trabalhadores rurais agora obsoletos precisaram abandonar o espaço rural migrando para as grandes cidades.

O avanço do trabalho assalariado no campo decorreu do próprio processo de expansão das relações de produção capitalista no meio rural. (Novo Olhar. P. 209).

As relações capitalistas de produção são relações baseadas no processo de separação dos trabalhadores dos meios de produção [a terra, no caso do espaço rural], ou seja, os trabalhadores devem aparecer no mercado como trabalhadores livres de toda a propriedade, exceto de sua força de trabalho. (Modo de produção capitalista, agricultura e reforma agrária. P. 39.).


A reforma agrária é um caminho para o equilíbrio social no campo. Desde o Estatuto da Terra (1964 – 1985) no regime militar a reforma agrária no Brasil vem sendo adiada e sabotada gerando uma lógica sensação procrastinatória. Mesmo aprovada pela Constituição Federal em 1988 a reforma agrária caminha a lentos passos.
A reforma agrária visa o ideário de que a terra deve possuir uma função social, devendo ser utilizada para a produção de alimentos, matéria-prima e gerar renda e emprego aos trabalhadores rurais.

A grande dificuldade em promover a reforma agrária está na oposição da bancada ruralista no congresso brasileiro. Essa bancada é formada por deputados e senadores que defendem os interesses dos grandes latifundiários. Mesmo que existam leis que regulamentam a desapropriação de terras os grandes latifundiários e ruralistas travestidos de legisladores e senadores impedem essas desapropriações através de ações judiciais que podem se arrastar por até uma década.

Essa situação tem contribuindo para a manutenção das tensões e conflitos sociais no campo brasileiro. Movimentos sociais engajados na reforma agrária lutam por uma distribuição justa de terras visando diminuir as tensões e desigualdades no campo brasileiro, aumentando o número de pequenas e médias propriedades, gerando emprego e fixando o maior número possível de trabalhadores no campo. Sem uma reforma agrária séria e efetiva a realidade do campo brasileiro continuará marcada pela existência de uma das estruturas fundiárias mais concentradas e injustas do mundo gerando o empobrecimento dos camponeses, aumentando o número de famílias sem terras e o aumento gradativo de terras invadidas no espaço rural brasileiro. 


quinta-feira, 9 de junho de 2016

Estabilidade tectônica e altimetria do relevo brasileiro

O território brasileiro está localizado na porção central da placa sul-americana, distante das bordas de contato. Esse posicionamento do território brasileiro proporciona estabilidade tectônica.

As áreas fortemente afetadas por atividades vulcânicas e sísmicas são as que se encontram nas bordas de contrastes entre as placas tectônicas. A ausência de movimentos orogênicos recentes associados à idade antiga do relevo brasileiro explica o predomínio de baixas altitudes em nosso território.

Cerca de 41% do território brasileiro se encontram em altitudes inferiores a 200 metros. Apenas 1% do nosso território possui altitude superior a 1.200 metros. As maiores elevações do relevo brasileiro se situam na região do extremo norte do Brasil. As maiores elevações geológicas no Brasil são:

·         Pico da neblina: 2.954 metros.
·         Serras e planaltos (região sul e sudeste): entre 2.000 e 3.000 metros.
·         Serra da Mantiqueira: 2.800 metros

Em geral as serras e os planaltos mais elevados do nosso país são faixas de dobramentos modernos (falhamentos orogênicos), dobramentos antigos e desgastados pela erosão.

(Mapa hipsométrico): mostra a altitude do relevo.




quarta-feira, 8 de junho de 2016

Formação da terra

O planeta terra se formou a 4,6 bilhões de anos. Em seu inicio era uma bola de fogo não havendo oceanos e nem continentes. A terra está em constante transformação, não as percebemos em escala geológica, pois o ritmo dessas transformações é muito lento.
Há cerca de 230 milhões de anos não existia ainda a cordilheira dos Andes e Himalaia. Logo, a terra em seu inicio era uma bola de fogo com temperatura elevadíssima, porém, após resfriar ao longo de milhões de anos seguintes formaram-se as primeiras rochas.
Os elementos químicos mais pesados como níquel e ferro migraram para o interior do planeta formando o núcleo terrestre. Os elementos químicos mais leves flutuavam em sua superfície incandescente e inóspita.
Os gases gerados pelo impacto dos materiais provenientes dos corpos rochosos oriundos do espaço colidiam e ficavam retidos pela gravidade do planeta, dando origem a uma atmosfera primitiva. Formou-se assim uma atmosfera com menos oxigênio que a atual iniciando o ciclo da água, fundamental para o surgimento da vida.
O planeta terra resfriou lentamente a 4 bilhões de anos, assim a superfície do planeta começou a enrijecer (litosfera primitiva), formando:
• Crosta terrestre 
• Blocos rochosos
• Primeiros continentes

Com o resfriamento a crosta terrestre tornou-se espessa e uma grande quantidade de gases e vapores foi lançada do interior do planeta terra devido a sucessivas erupções vulcânicas. Esses gases e vapores se condensaram e se transformaram em chuvas torrenciais e “intermináveis” que deram origem aos primeiros oceanos. Há 3,5 bilhões de anos o planeta terra já possuía crosta, oceanos e uma atmosfera primitiva.
As chuvas formaram um vasto oceano que circundou um único bloco de terra, a Pangéia.
• A Pangéia se dividiu a 200 milhões de anos.
• Dividiu-se em Laurásia e Gondwana.
• Em seguida subdividiu-se em outros blocos dando origem a configuração atual dos continentes.

A estrutura da terra

No inicio de sua historia geológica a superfície terrestre era recoberta por material incandescente que se esfriou lentamente dando origem as primeiras rochas da crosta terrestre. A crosta terrestre (litosfera), o manto e o núcleo formam a estrutura interna do planeta terra.
Essas três partes se diferenciam em suas características físicas e químicas.
Características físicas:
• Espessura, profundidade, temperatura e pressão.
Características químicas:
• Mineralogia (Estudos dos minerais)
Crosta terrestre
• Camada superficial e rígida do planeta terra.
• Profundidade media entre 30 e 80 km.
• Mais espessa nos continentes e finas no assoalho oceânico.
• Dividia entre crosta continental e oceânica.
• Composta por silício (Si), alumínio (AL) e magnésio (Mg).
Manto
• Camada intermediaria entre a crosta terrestre e o núcleo.
• Possui cerca de 2.870 km de espessura.
• Chega a 2.000º C de temperatura.
• Devido ao intenso calor os minerais que o compõem como ferro, magnésio e silício se fundem. Tornando o magma fluido.
• Na parte superior do manto (Astenosfera) ocorrem movimentos de convecção.
Núcleo
• Parte central do planeta terra formado por níquel (Ni) e ferro (Fe).
• Dividi-se em núcleo externo e interno.
• (Núcleo externo) = espessura media de 2.255 km. Temperatura de 3.000º C em estado plástico.
• (Núcleo interno) = 1.220 km de raio. Temperaturas de até 5.000º C. Encontra-se em estado sólido devido a grande pressão.